quinta-feira, janeiro 24, 2008

Volta inteira

a cada minuto eu corro.
sigo a rota de um futuro demarcado, predestinado,
que fugia há tempos.

sigo os passos que encontrei no caminho,
mal sabendo que eram meus próprios passos, por
ter andado dando voltas em torno de mim.

piso o mesmo chão, sofro com as mesmas tenacidades, e continuo.
recontinuo.
num espaço circular, onde não há início.
o fim talvez seja sua própria forma.
mas, assim como o tempo, é o vazio existente.
é um determinismo cheio de ausência.

sigo-me, sem ser capaz de esbarrar de encontro com minha parte que segue à frente.
mas observo-a d'um angulo onde não há mentiras nem suspense,
pois quem vê o mundo de costas não pode tocar-lhe a face.

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