sexta-feira, novembro 26, 2010

sou louca.
me permito os excessos, as luxúrias de viver.
peco todo santo dia.
até me arrependo
mas não me abstenho dos atos.

Deus, me perdooe, porque eu errei.
mas não precisa me perdoar porque vivi.

sexta-feira, novembro 19, 2010


Que dom é esse que tu carregas e em sopro conduz?
Leva e traz a vida como singela vela branca naquele mundo de água e sal, e imensidão.
Meu bem, quem te rege?
Quem governa teu veleiro?
Num acaso que te guarda, num sossego que te nina...
Quem és tu, menina?
Que dorme acordada nos ventos e se embola, por entre cabelos e marolas.
Dona dos mil olhares, possui sete mares.
Apenas dois destinos.
E vive a dormir, achando que o tempo pode esperar....

quarta-feira, novembro 10, 2010

'Quem sabe o que é ter e perder alguém...?'

É difícil saber lidar com perdas. Sejam elas perdas materiais ou sentimentais, não é fácil ver o que tanto se estima ir embora, se esvair.
Por mais que se tente ocupar aquele espaço deixado bem lá escondido, um lugar todo especial só dele, as medidas nunca são exatas, o tamanho nunca é o mesmo.
Perder, deixar de ser ou possuir?
Deixar de ganhar. E falo no sentido de vitórias pessoais.
Perder alguém, tempo, dinheiro, saúde, implica na falta que isso vai fazer. E a dor que se revelará...
E fica aquela sensação de tentar evitar antes que aconteça. Mas já aconteceu e nada mais pode ser feito. É como água que teima em ficar presa por entre os dedos que fazem esforço imenso para contê-la. A ilusão da vitória dura apenas alguns segundos...
Esse alguém se foi e você perdeu.
Perdeu todo sentimento em lugar inóspito, perdeu aquele amor que era sua maior posse.
Perdeu e nunca mais encontrará.
Fará falta, como todas as coisas perdidas, no tempo ou espaço, e vai doer.
As lembranças potencializarão as tristezas e tudo parecerá um drama equivocado.
Mas a dor vai se abrandar, apesar do buraco aberto deixado seu peito.
E a vida poderá ser encarada com outros olhos:
eterno sentimento de culpa,
tentativas de felicidade em vão.



quarta-feira, novembro 03, 2010

de viver.

Tem sempre algo de mim lá fora.
No outro, no mundo.
Há muito do que me resta em torno,
pouco então cabe em mim.
Tenho essas mil partes, sempre vagando por aí.
Elas me percorrem mas não me pertencem.
Por dentro, sou esse infinito sensato.
***