terça-feira, abril 10, 2012

duzentas vidas não valem


Às vezes as coisas só param de fazer sentido, de significar. A importância outrora relegada àquela causa, hoje perpassa a insignificância, beirando a quase nada, um anteprojeto dos sentidos. Aquela memória que fazia estremecer não era senão uma lembrança de outras memórias, que minha cabeça fez favor de transformar em suas.  Porque nada vivemos digno de lembranças eternizadas. Nenhum momento foi sequer um momento pelo qual se exclama "deste, devo me recordar por toda vida". Não, foi tudo o cúmulo do banal. Foi uma sequência de acontecimentos, que despertaram algo adormecido em mim, nem por isso dignos de infinitude. Queria eu saber eternizar o que tem pra ser. Mas minha memória sofre desse mal, de reter o inútil, o que  não deveria sem lembrado nem em duzentas vidas. Duzentas vidas não valem o peso do agora.

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