domingo, setembro 11, 2011

fecho os olhos. não vejo, mas sou capaz de sentir os estilhaços deixados no caminho.
piso e sinto a dor cortante que me rasga a pele, sinto o calor que me escorre e me insinua sensações vorazes.
se o visse hoje, seria incapaz de reconhecê-lo.
seu rosto, que um dia foi toda a familiaridade materializada em um semblante, hoje não me remete a nenhuma lembrança, a nenhuma sensação.
os estilhaços não só me feriram como me transfomaram.
me fizeram alguém que nunca quis ser, apenas fui me tornando, sem pretensões.
hoje, sou apenas ações. tato, impulso.
porque ser memória e pensamento dói demais.

Um comentário:

San Rodrigues disse...

depois da manifestação por mim mais esperada, essa sensação indecifrável e contente, essa dimensão onde o ar é um outro...